Gosto da Cláudia, pronto. Um domingo emprestou-me um cachecol verde. Os cachecóis são unissexo.
Este é um ÁLBUM DE FAMÍLIA que sempre lembramos. De Jorge Listopad, com desenhos de José de Guimarães, foi editado pelas Edições Afrontamento, em 1988.
À primeira vista pode parecer uma família estranha. Pai, mãe, irmãos, tios, primos, tia-avó, amigos, vizinhos, conhecidos, um cão e até um anjo, embora de folga...
Pouco tradicional? A família não é isso? Dela não fazem parte os que estão próximos, com quem partilhamos os dias e os afectos? Os que ficam para sempre na alma pequena que guardamos dentro da alma grande?
Num tempo em que muitos teimam em ignorar que os afectos são os mais sólidos dos alicerces, deixamos a sugestão de uma leitura partilhada com os mais pequenos. Construam um álbum próprio e talvez se surpreendam...
Não sei se já deram conta de que os rapazes e os homens destas imagens imaginadas têm todos uma pilinha e duas coisinhas... As raparigas ou as mulheres destas imagens imaginadas têm outra coisa, ou então não se vê nada.
Não é necessário falar disto, mas também não é nenhuma grande vergonha nem pouca vergonha. Por exemplo, mais importante será saber quem é este fulano da página aqui ao lado.
O meu pai é tímido e valente. É nervoso e não é: sabe rir. É justo e ganha dinheiro. Quer saber as minhas notas e não ficou furioso por causa da fraca que tive em matemática.
O meu pai tem um livro de cheques. E não quis dizer-me por quem votou nas eleições. - O voto é secreto, e tu, aprende o segredo! - disse ele.
Voam as andorinhas, é Verão. Voam libélulas, tão transparentes como a palavra libélula, voam rente ao ribeiro, são férias.Voa o vento, voa a música, voa o anjo, voa o grito desde o alto desta montanha até à outra montanha e constrói uma ponte por cima do vale, voa a luz de Agosto através das folhas das árvores (e faz manchas claras no chão), e eu...
E eu, que não conheces pelo nome, eu também voo em sonhos. (...) Quem não sonha e não voa não é teu amigo.
Queres voar comigo?
Conheci um senhor, ou uma senhora, que dizia:
- Tudo o que invento, é verdade.
Eu já não quero inventar nada. Nada de nada. Quero acabar. Fechar o livro. Ouvir música, ir para a rua, andar de skate. Só um momento, clic!, a última imagem, vês, já está pronta.
O resto é contigo. Tudo é contigo.