Portador de uma simbiose perfeita entre a narrativa verbal e a narrativa visual, de forma simples e encantatória, desperta e aguça a curiosidade de pequenos e grandes leitores do princípio ao fim.
O recurso a personagens do reino animal, sempre tão do agrado da criança, para alcançar o que nos parece inatingível, é desde logo uma mais-valia. Outra, é a repetição em que baseia a sua estrutura, quer a nível do texto, quer da ilustração.
Uma história que atinge o seu ponto alto no momento em que o mais pequeno dos animais é elevado à condição de herói. Inatingível, fascinante e misteriosa, é assim que Grejniec nos apresenta a lua, num primeiro momento da história. Instalada na sua morada habitual, a distância é bem vincada quando no inicio da narrativa se lê «Mas era tudo em vão, e nem o maior dos animais era capaz de tocá-la».
A componente de encantamento ressalta quando se percebe que a lua era observada todas as noites. O lado misterioso que sempre a acompanha está patente desde logo no título do livro e marca também o arranque da narrativa: «Há já muito tempo que os animais desejavam averiguar a que sabia a lua.»
Uma espécie de "jogo da apanhada" que se transforma num hino à solidariedade e à partilha. Uma das melhores formas que conhecemos de aproximar a criança dos livros.