quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Hipopóptimos, uma história de amor


Este é um livro inesquecível, contado por um "rapaz franzino que escreve versos e histórias enquanto os outros jogam à bola e sobem às árvores". Um rapaz que está apaixonado pela rapariga ruiva da escola de quem todos gostam... a quem, uma certa manhã, nasce uma borbulha... que tem uma erva no coração e... que se transforma num hipopótamo.




É um livro com asas que nos transporta numa viagem pelo sonho, pelo amor e que nos faz entrar no mundo de um adolescente que se busca a si mesmo, através do respeito pelo que o rodeia, a Natureza e os outros.




É uma história sublime, que nos embrenha na profundidade dos enigmas do crescimento, no encontro de um ser consigo próprio, com uma leveza só sustentável pela escrita de Álvaro Magalhães.


Que nos faz desejar  ter uma pequena erva no coração para, um dia, nos podermos transformar em Hipopóptimos.



Hipopóptimos, uma história de amor,  escrito por Álvaro Magalhães e ilustrado por Danuta Wojciechowska, foi o livro vencedor do grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, em 2002. Foi editado pelas Edições Asa e faz parte da Colecção Biblioteca Álvaro Magalhães.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pequeno Azul e Pequeno Amarelo


Pequeno Azul e Pequeno Amarelo foi o primeiro livro publicado por Leo Lionni, em 1959.  Foram necessários muitos anos até que chegasse a Portugal, editado pela Kalandraka.


À semelhança da bela e genuína amizade que une o Pequeno Azul e o Pequeno Amarelo, também os Hipopómatos estabeleceram laços fortes com o livro de Lionni, desde que  o viram por outras paragens.



Esta é a história do Pequeno Azul, que tem muitos amigos.




De entre todos, o seu melhor amigo é o Pequeno Amarelo.


E é sobre amizade,  partilha,  tolerância e solidariedade que nos fala Leo Lionni. Mas a forma como o faz tem tanto de simples quanto de genial. A ideia ter-lhe-á ocorrido quando, no decurso de uma viagem de comboio que fazia com os netos, sentiu necessidade de os entreter.  Recorrendo ao uso das cores primárias e aos efeitos da sua mistura, o autor consegue alcançar um paralelismo metafórico com vivências bem conhecidas de todos e sempre actuais.



A história cabe toda na intensidade de um forte e genuíno abraço entre os dois Pequenos, que se fundem num só, sem que disso se apercebam. Como tantas vezes sucede na vida, quando a identidade de cada um se dilui, abrindo espaço à colectiva.



Como se de um só se tratasse, os amigos partilham a vida, brincando livremente.


Sozinhos ou, naturalmente, com os amigos.


Mas à alegria partilhada segue-se a tristeza do não reconhecimento e aceitação pelos que lhes são mais queridos. É o choro daí decorrente que lhes devolve a sua própria essência.



E que abre o caminho para que, doravante, as diferenças sejam compreendidas e aceites por todos.



Pioneiro dos álbuns ilustrados, este é um clássico que nos acompanhará sempre e que, em nossa opinião, nenhuma criança deveria ser privada de conhecer.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Grande Questão

Porque estou eu aqui? Eis a grande questão abordada no livro escrito e ilustrado pelo alemão Wolf Erlbruch.


De braços abertos, no meio da terra,  é o que parece perguntar a criança que se vê na capa, sem que a questão alguma vez se coloque expressamente. 


É través das respostas dos vários intervenientes como o gato, a morte, o pai, a irmã, o pato... que a conhecemos. Embora o tema se revista de alguma complexidade, as respostas que se enunciam ecoam como simples, por vezes, insólitas e revestidas de um humor sublime.  


"Estás aqui para amar a vida", diz a morte.

"Para comeres bem", diz o homem gordo


"Porque a tua mãe e eu nos amamos", diz o pai.



"Não faço ideia", diz o pato.




Wolf Erlbruch, reconhecido, sobretudo, como um grande ilustrador, foi distinguido, em 2006, com o prémio Hans Christian Andersen.


E porque estas são apenas algumas das respostas possíveis, no final do livro , Wolf Erlbruch deixa uma folha pautada. Para que o leitor possa registar outras...


Crescidos ou nem por isso, encontrarão aqui um grande livro!

terça-feira, 13 de março de 2012

Herbário

Com a Primavera  a chegar, o livro que nos enche a memória, neste mês de Março, é HERBÁRIO. Um livro de poemas de José Sousa Braga , com  ilustrações de Cristina Valadas.


Serão folhas de papel ou outras, as que temos na mão? E as árvores e flores que sempre conhecemos, serão as mesmas que redescobrimos em cada novo poema que lemos?  Nos poemas de Jorge Sousa Braga, identificamo-nos com a sensibilidade do poeta, o olhar cuidado, a observação minuciosa. E com ele aprendemos a brincar com aquilo que muitas vezes está ao alcance de um olhar mas não vemos.  A natureza revisitada  com o humor de quem lhe descobre os mistérios, as formas estranhas ou os nomes indecifráveis.



A "ingénua" delicadeza das ilustrações de Cristina Valadas ajuda-nos a completar esta viagem, em que em que somos confrontados com coisas simples e maravilhosas como estas:
Porque é que o cogumelo nunca tira o chapéu? Porque há flores que usam turbante mas andam nuas?



Vencedor do Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Para Crianças e Jovens, em 2000, o Herbário é para ler e ir lendo. Os poemas encantam as crianças, que os dizem a toda a hora.

Follhagens

Há árvores de folhas persistentes
e outras, cujas folhas são caducas.
Mas o que me faz confusão
é que andem nuas no inverno
e vistam um sobretudo de folhas
no verão!



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Rainha das Cores

Em Fevereiro, continuamos à volta das cores. E quando falamos delas, a Memória de Hipopómato não consegue esquecer,



Um pequeno livro, onde a autora, Jutta Bauer, faz uma abordagem singularmente imaginativa do tema. Através dos jogos que se estabelecem entre uma rainha caprichosa e temperamental, como parecem ser todas as rainhas, e os seus súbditos, os submissos e os outros, o leitor vai apreendendo a simbologia das cores.



Trazido pela mão da editora a cobra laranja, infelizmente já desaparecida, o livro há muito que não está à venda. Por isso, os Hipopómatos decidiram partilhá-lo.



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Violeta, Violeta e Violeta

 

Que tocavam elas?
A mãe, violancelo; a filha, violeta.
Muito certinhas, as duas:
o que uma lembrava, a outra seguia;
o que uma levava, a outra trazia.


E o céu, de vê-las tão concertadas
tocando o seu concerto
também apurou as suas cores,
e de azul em que estava passou a violeta.

Este é mais um excerto de O Livro Das Sete Cores.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Livro das Sete Cores

A Joaninha quer ser maçã. O melhor e mais saboroso dos frutos, de uma simplicidade quase ingénua, mas cheio de doçura em cada dentada. O seu perfume faz lembrar manhãs amenas e pomares, onde o bulício da cidade é apenas uma imagem distante.
Uma cesta de maçãs é uma dádiva. Com elas preenchemos um calendário: compota, tarte, bolo, rebuçados, licor…
Gostamos delas rijas, doces, maduras, verdes, golden,…e vermelhas. E sempre que pensamos em maçãs, pensamos em vermelho. É inevitável.


O vermelho
Eu sou o vermelho
e sei o que quero.
Há quem me chame encarnado
mas eu gosto mais da cor
do meu sangue.
Encarnados são os
salmonetes.
Quando falam de mim
têm sempre a mania de me
enfeitar
com papoilas,
como se não houvesse mais
flores
da mesma cor. E se as há!
Olhem as rosas, os cravos,
os gladíolos, as sardinheiras…
Claro que cada uma delas diz
vermelho
à sua maneira:
a rosa como se fosse a única a
dizê-lo,
o cravo alegremente,
o gladíolo num grito a crescer,
 a sardinheira cantando num
pregão.
Mas stop, chega de flores,
digo eu, que sou uma cor
brusca
- ou não coubesse no fogo
ou não corresse no vinho
ou não me arrojasse nas
touradas
ou não me rasgasse nas arestas dos rubis
ou não nascesse sempre sempre
na vertigem das bandeiras.

- Falem em mim, em mim – pede-me a joaninha.
- E então eu? –alvoroça-se o rabanete.
Parte-se a melancia, desesperada:
- Não se iludam, não se iludam.
Olhem-me para o coração!

Contemplo-os a todos.
São o meu território,
o meu mundo.
Mas que seria eu sem eles?

A nossa memória de hipopómato carrega sempre O Livro das Sete Cores junto aos Estranhões. Complementam-se.
Uma obra a descobrir, em que as palavras nascem da cumplicidade de Maria Alberta Menéres e António Torrado.
As cores, essas tão importantes cores que dão título ao livro, são fruto da mão de Jorge Martins, com colagens quase geométricas e tons vivos.
Os hipopómatos deliciam-se a ver a criançada, de tesoura e cola em punho, a tentar reproduzir as ilustrações de O Livro das Sete Cores.











Este livro ganhou o Prémio Calouste Gulbenkian de Ilustração de Livros para Crianças no ano de 1984. Ora, já lá vão 27 anos, e parece que foi ontem.